Paralisia de Bell - doença de esquerda?

Há pouco tempo, um colega de direita, partidário cego de Bolsonaro, compartilhou em meu Whatsapp um post de Facebook comentando sobre a vacina contra o coronavírus e a relação com a Paralisia de Bell. O repost fazia menção a esse link para a matéria do R7, em que alguns voluntários da vacina contra a Covid-19, tiveram a tal paralisia.

Não vou revelar o nome das pessoas envolvidas, mas o post dizia "Bora lá tomar a vacina, é segura é ciência pura pode confiar kkkkkk. Imagina a chinesa." - dessa forma mesmo, com uma certa deficiência de pontuação. A intenção era tentar "me jogar na cara" que o Presidente da República estava certo em relação a negar a vacina e que nós deveríamos seguí-lo.

Sempre que recebo essas coisas, faço justamente o que deveria ser feito (e que meus "opositores" ficam com preguiça de fazer): pesquiso.

Descobri que a Paralisia de Bell é um problema temporário (mas que ainda assim, exige atenção). No caso dos testes com a vacina da Pfizer, 4 pessoas tiveram a paralisia (de pouco mais de 21 mil voluntários). Um número relativamente pequeno.
Fiz um cálculo só para ter uma ideia e repassei ao meu colega as informações abaixo.

Paralisia de Bell
Incidência de ~ 0,02% (4 casos temporários de 21.823 pessoas testadas).

Mortes por Covid-19
Incidência de ~ 2% (1.671.772 casos permanentes de 75.508.468 casos diagnosticados).

Acho que deu pra deixar clara a diferença entre tomar ou não tomar a vacina. É lógico que, para uma coisa nova, a gente se sente meio inseguro. A paralisia de Bell é apenas um dos problemas que podem aparecer. A gente não sabe mais o que pode advir, mas sabemos que a Covid pode ser muito mais perigosa que os possíveis efeitos da vacina.

Por enquanto, é preferível arriscar a ter a face deformada por um tempo do que ter a vida anulada eternamente. Entre a "negação de Bol" e a Paralisia de Bell, prefiro me arriscar na segunda opção. 

Mas vamos torcer para que dê tudo certo. 

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