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  05/12/2017  •  Sociedade  •  7320 hits  •  0 comentários ⇣

Haters - o que são e quando somos

"Haters gonna Hate" é uma expressão que se tornou super conhecida na internet. Ela exemplifica a ação mais óbvia que um hater vai estar sempre propenso a praticar: ele vai odiar. Esta frase, aparentemente, se tornou popular graças à música "Playas Gon' Play", do grupo feminino de Rap americano 3LW (surgido em 1999), presente em seu primeiro álbum, lançado em 2000. Hater é um termo que vem da língua inglesa e significa, ao pé da letra, "odiador". Em inglês, uma palavra que termine com "er" pode significar um praticante de uma ação e, usualmente, cai bem. Em português a palavra "odiador" soa meio esquisita e, por isso, às vezes, preferimos termos mais palatáveis como "quem odeia" ou "aquele que odeia". 


Um hater, ou "alguém que odeia", é um praticante do chamado "cyber bullying" ou "assédio virtual" que consiste em tentar achacar uma pessoa através de comentários grosseiros, propositadamente ofensivos, sem lógica ou fundamento científico e, de preferência, reiteradas vezes. Haters, normalmente, praticam suas ações escondidos sob o refúgio do anonimato através de cadastros fake (falsos) em redes sociais ou sites de notícias. Se, por padrão, os haters, de uma maneira ou de outra, procuram se esconder, então significa que seus amigos reclamões das redes sociais não são haters ou, pelo menos, não estão exercendo esse papel quando reclamam. Estão apenas se posicionando (mesmo que de forma grosseira), colocando suas ideias, suas posturas ideológicas, suas opiniões e, quem sabe, aproveitando para extravasar um pouco sua raiva por discordar da lógica de raciocínio de alguém. São pessoas de verdade, que você conhece, mas que têm certa dificuldade em lidar com adversidades. 


Haters, às vezes, são confundidos com trolls. A diferença entre estes dois é que enquanto haters se manifestam de forma propositadamente ofensiva, trolls se preocupam mais em "zoar", em tirar um sarro numa discussão, fazendo posicionamentos sem sentido mas que não têm, necessariamente, intenção de ofender. Estão ali mais para confundir e irritar os desavisados do que para rebaixar e humilhar, como fazem os haters


Mas ódio virtual, lamentavelmente, não é privilégio dos praticantes do cyber bullying. Volta e meia nos vemos caindo na armadilha do revanchismo e tomando posturas também agressivas (como fazem os odiadores virtuais), com a desvantagem de que estamos expostos, mostrando nossos rostos e nossos nomes para todo mundo. Motivados pelo "calor" do momento, acabamos por não nos dar conta do quanto isso pode ajudar nos desentendimentos, criando novos inimigos e queimando nossa própria imagem, às vezes, pela simples (e falsa) necessidade do revide numa discussão. Aparentemente, odiar se tornou uma banalidade (quando não uma necessidade) e as pessoas demonstram isso através do grau de suas reações. 


Mas, apesar disso, não nos achamos haters (mesmo porque não somos), a despeito de ter comportamento similar nos momentos mais calorosos das discussões virtuais. A diferença é que revidamos baseados na nossa noção de justiça e não na intenção pura e simples de propagar rancor e hostilidade. Isso acaba nos distinguindo dos odiadores - mesmo tendo comportamento similar - ao mesmo tempo que não nos redime pois, exaltação, mesmo não impregnada de ódio, não prova que estamos certos, não prova que temos razão. 


Esse nosso senso de justiça, porém, é o que pode nos fazer perder a cabeça e moldar nosso comportamento no momento de uma discussão, fazendo com que pareçamos com as pessoas que nós mesmos condenaríamos. E uma ótima forma de perceber o quanto nós extrapolamos nosso próprio limite é relendo, depois de algum tempo, nossos comentários e textos inflamados que postamos na net. Quando lemos de cabeça fria, ficamos sem acreditar que fomos nós que postamos aquilo e, como a "palavra proferida não volta", nossa imagem acaba arranhada, sem necessidade real, e por um bom tempo. 


Origem


Acredita-se que haters são pessoas que estão passando por momentos difíceis em sua vida e que, por isso, destilam sua raiva para quem quer que seja. Outra suposição é que esses odiadores virtuais são pessoas que nutrem algum tipo de sentimento de inferioridade por ter fracassado em seus objetivos e, por isso, descontam esse insucesso, essa incapacidade de resiliência em alguém com perfil mais pacifista e racional. 


Particularmente, eu acredito que a origem desse ódio também possa estar na infância ou adolescência. Nessas fases construímos nossa personalidade. Ninguém passa a ser alguma coisa logo que faz 18 anos. Nós já somos alguma coisa antes disso e temos nossas preferências, nossas consciências e já sabemos fazer nossas seleções antes de chegarmos à fase adulta. Dessa forma, o fato de sentir-se negado ou rejeitado (ou até ser alvo de algum tipo de bullying), em situações anteriores à maioridade e para pessoas que não aprenderam a lidar com adversidades, pode criar nelas um ressentimento que, através da comodidade oportunista de um comentário escrito anonimamente, pode se transformar na válvula de escape ideal para a transpiração de sua cólera. 


Lembro que não é incomum ver adolescentes postando comentários na net, estes, cheios de ódio e preconceito e pregando frases de caráter essencialmente negativo ou conservador como "Tem mais é que morrer!" ou "Queremos a volta da ditadura!". As pessoas, por motivos diversos têm sua própria opinião sobre as coisas - e devem ter seu direito de se colocar -, porém, a constância dessas colocações negativas só reflete essa impaciência generalizada provocada pela falta de capacidade de aceitação do diferente ou do sucesso alheio em suas vidas. 


O combate


Um dos principais alvos dos haters e dos trolls são os artistas. Ou, pelo menos, pessoas que se tornaram conhecidas através da internet como bloggers e youtubers. Sua visibilidade incomoda. E os odiadores, discordando de alguma qualidade sua, provavelmente postarão algo, no mínimo, deselegante, para lhes irritar. 

Sites de notícias como Yahoo! e G1 são ótimos para se encontrar haters que, através de perfis falsos, "descerão a madeira" em cima de qualquer um que lhes incomode: desde artistas famosos até anônimos simpatizantes da causa animal. 

E para evitar ser ingênuo e cair numa armadilha "hateriana", é bom tomar certos cuidados como: 

• Ser paciente (para ser precavido).
• Evitar revidar só para mostrar força.
• Verificar se não estão utilizando de ironia para lhe confundir.
• Evitar fazer em seu perfil pessoal, postagens abertas ao público.
• Quando estiver discutindo, pensar em engrandecer a informação e não disputar.
• Não aceitar insistências. O ideal é dar seu recado e concluir sua participação no post.

Para alguns artistas a solução é, simplesmente, ignorar. Ou, pelo menos, retrucar com bom humor. Eles estão expostos e não podem evitar o assédio de admiradores e odiadores. Mas se você, que não é famoso, quer apenas passar conhecimento nas discussões, o correto é procurar tentar se concentrar nisso. Fazer disputas, xingar e provocar não passa conhecimento. Apenas faz você, o suposto hater e as outras pessoas que lerem suas postagens, perderem tempo e alimentarem uma situação de animosidade e desentendimento. 


Compreender que existem indivíduos que não sabem lidar com seus próprios traumas e frustrações (e que são justamente esses que vão querer lhe incomodar) e tentar evitá-los (ou, simplesmente, ignorá-los) vai lhe fazer muito mais bem do que partir para confrontos. E manter a serenidade e agir em prol do conhecimento vai ser muito mais útil do que ficar dando atenção a quem não é capaz de fazer nada que possa contribuir para o engrandecimento alheio. 


Referências e leitura complementar:

Wikipedia - Haters
Significados - Haters
Veja - Você propaga ódio na internet?
O Globo - Nascidos nas redes sociais
ClínicaVidya - Haters, quem são e como agem



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